sábado, 31 de agosto de 2013

Primeiros dias no paraíso dominicano!

Arquivo pessoal/Caroline de Oliveira

                     
O sonho de fazer intercambio é fascinante. Antes de vir, tudo parece tão claro na sua cabeça, as coisas são mais fáceis e a vida parece mais segura. Quando você põe o pé para fora de casa, e embarca para esta aventura, se percebe de cara, o quanto que essa brincadeira é de gente grande, como nada é tão fácil quanto parece, que a saudade uma hora ou outra começa a te atormentar e que o choque inicial de realidade é absolutamente grande.
Nesta sexta-feira, 31, completei exatamente 7 dias que cheguei a República Dominicana. Aqui é tudo muito incrível. Vou contar um pouco de como foi e está sendo esses primeiros dias.

Despedidas
Para mim, despedidas sempre é o pior momento. É um aperto no coração muito grande, um sentimento de perda, de vazio e de rompimento de algum plano ou projeto. Não sei explicar bem, mas é algo que não me faz bem momentaneamente, apesar de saber que é algo benéfico a minha pessoa a longo prazo.
Me despedir da minha família, amigos e da minha vida no Brasil, foi complicado para eles e para mim.

Viagem

Tive uma viagem super tranquila. Sai de casa ainda no dia 21 de agosto, fui para Chapecó onde lá dormi, depois ás 14hs do dia 22 embarquei para São Paulo, onde lá fui para um hotel dormir e descansar um pouco, e dia 23, ás 6 da manhã já estava tudo ok, para eu embarcar para a República Dominicana.
Como era meu sonho viajar de avião, a viagem foi super legal. Comi muito durante o voo, e tirei dezenas/centenas de fotos. Fiz algumas amizades, e me diverti bastante.
Tive um pânico ao desembarcar no aeroporto de Bogotá, na Colômbia, porque é pior que os piores aeroportos brasileiros, mas enfim, isso fez parte da viagem.

Chegada
Após dois dias de viagem, eis que ás 19hs (horário de Brasília), do dia 23 de agosto, Carola desembarcava no Aeroporto Internacional de Santo Domingo. Foi então, quando surgiu alguns probleminhas básicos na imigração.
Depois de 1hs, consegui a liberação para entrar no país. E então, mais um percalço. Pela demora para conseguir liberação na polícia, minha mala não estava mais na esteira, mas sim, perdida em algum lugar do aeroporto. Mais nervosa que o normal, com o desespero me atordoando, me vi sozinha e sem sinal no celular para ligar para os telefones de emergência.
Quando fico muito nervosa, começo a rir sem parar. Talvez por isso, os guardas do aeroporto não acreditavam no meu desespero. Mais depois de alguns minutos, um dos guardas resolveu me ajudar e foi um anjo, que saio a procura da minha mala até a encontrar.
Quando encontrei a mala, ela estava aberta, e haviam revirado tudo. Mas o alivio de ter a encontrado, foi maior do que o medo de algo não estar mais na mala.

Encontro com a host family

Com minha host family e amigos (Arquivo pessoal/Caroline de Oliveira)

Depois de algumas horas no aeroporto, com o pessoal da AFS da República Dominicana, eis que próximo das 22hs (horário de Brasília), fomos de bus até o encontro das famílias hospedeiras. Digo fomos, porque estávamos eu e mais 105 intercambistas que chegaram ao mesmo tempo que eu no paraíso dominicano.
Minha host family foi muito carinhosa e atenciosa comigo. Estavam me esperando minha mãe, minha irmã e mais duas primas. Com a minha cara de super cansada, mal conseguia esboçar o quanto estava feliz.
Saímos da sede da AFS, e fomos direto jantar em uma pizzaria. Somente depois, que fui conhecer a minha nova casa.

Passeios
Nestes primeiros dias, tive a oportunidade de conhecer um novo mundo. Foram apenas 7 dias, mas conheci alguns restaurantes, praias, resorts, shopping, cinema, McDonald´s, hotéis, e mais alguns lugares. Algumas das fotos já estão disponíveis AQUI.

Escola
Na última terça-feira, dia 27, fui a escola pela primeira vez.
Poder conhecer várias pessoas diferentes, mais uma vez sentir como o povo dominicano és simpático, querido e atencioso. As pessoas confiam por demais umas nas outras, mesmo a conhecendo a pouco tempo.
Na escola tem muitas regras. Como, usar uniforme , e todos os dia que apesar do calor, é calça azul escuro (quase preta), mais camisa polo branca, mais sapatilha preta COM meia. Sempre tem muitas tarefas escolares para fazer em casa, antes de entrar para a aula tem que cantar o hino do país, hastear a bandeira e fazer fila, dentre outras coisas que temos que seguir à risca tudo. As aulas duram quase 5h30min, apenas com um intervalo de 20min. É bastante puxado e cansativo.
Tenho a oportunidade de aprender de uma vez só espanhol, inglês e francês. É super legal, apesar de difícil.
Estou cursando aqui, o quarto ano do ensino médio. És o ano da formatura. Então, mais uma vez se dedica várias horas durante a aula para conversarmos sobre a camisa de formatura, promoções, gincanas e etc... que serão realizadas nos próximos meses.
Poder escutar histórias como da moça que dirigi o bus que me levará e me buscará na escola. Contando brevemente, ela trabalha no maluco transito de Santo Domingo, além de trabalhar em concursos de beleza e ter um salão de cabeleireira, tudo isso, para poder pagar a caríssima mensalidade da faculdade de seu filho, que está prestes a se formar em medicina, e realizar o sonho de ser cirurgião plástico.
Conhecer pessoas batalhadoras, como minha mãe hospedeira, como a moça do bus, amigos da nova escola, e a solidariedade do povo dominicano, fazem só crescer ainda mais a admiração por todos que estou tendo a oportunidade de conhecer.

Principais dificuldades

Visão da janela do meu quarto em Santo Domingo
(Arquivo pessoal/Caroline de Oliveira)

Por aqui, tudo é muito incrível. Como tive a oportunidade de ficar na capital do país, Santo Domingo, que tem mais de 2 milhões de habitantes, estou no lugar onde tudo acontece. Por estar em fase de adaptação, pequenas coisas se tornam grandes dificuldades a serem superadas.
O calor do Brasil, não é em nada, comparado ao calor daqui. Sem ar condicionado e sem ventilador, 24hs por dia, não se pode ser feliz.
A comida aqui é totalmente diferente. Tomar banho também é mais complicado, pois aqui não se tem piso no box do banheiro, mas sim uma banheira. Não se lava os cabelos em casa, mas sim, todos vão ao salão.
Por aqui, o transito é um caos. Mas vou falar mais deste problema, sem solução, em post dedicado somente a isso.
Já estou conseguindo entender bastante o que as pessoas dizem. O povo dominicano tem o costume de falar super rápido e alto, muito alto. Minha maior dificuldade é quanto ao falar, como não me sinto muito segura, e as vezes acabo falando pouco, apreendo menos ainda.
Aqui se escuta muita música, eu como adoro, me divirto. Para se ter uma ideia, tem música até nos banheiros dos restaurantes. (risos). O problema, é que é muito, mas muito, mas muito alto o volume.
Apesar de tudo isso, estou com muitas saudades da minha família, amigos e da minha vida no Brasil. Pensei que não seria tanta assim e nem tão cedo, mas faz parte. Talvez ter que conviver todo o tempo com o meu eu, seja o maior problema.

Em primeiro momento, era isto. Assim que tiver mais um tempinho, escrevo contando mais sobre minha vida aqui.


Caroline de Oliveira, bolsista da AFS Intercultura Brasil, na República Dominicana.

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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Síndrome do último

República Dominicana, lá vou eu!

Aparentemente superada a síndrome do talvez, eis que, sem querer, me percebo dominada pela “síndrome do último”.
Nada que até o “último” mês, você não consiga administrar o emocional. Mas nesses “últimos” dias, tudo que tu faz, tem aquele gostinho ruim de ser tudo o "último".
Último mês, última semana, último sábado, último domingo em família, último abraço, último olhar, último tchau. Tudo gira em torno do tal “último”.
Em simples e pequenas coisas, quando se dá por conta, o olhar e o pensamento já se perderam. Somente o seu corpo está presente no momento, pois sua cabeça está tentando gravar cada “último” momento, como uma forma de processar depois, lembrando do “último” gostinho da comida da mãe, do “último” dia de passeio com a vó, e etc...
Esse sentimento amargo de perda, esse misto de insegurança, aperto no coração e realização, fazem dos seus ”últimos” dias, os mais marcantes do pré-embarque.
Nesta terça-feira, 21, é meu último dia em casa. Depois pego a estrada rumo a Chapecó, onde embarco na quinta-feira, 22, a tarde com destino a São Paulo, Guarulhos. Lá, irei permanecer por toda a noite, para aguardar o vôo de sexta-feira de manhã. Mais nove horas de viagem, e estarei na República Dominicana.
Cada “último” faz o coração apertar ainda mais. É difícil abandonar tudo, na melhor fase da sua vida. Tudo aquilo que te movia até então, para ir em busca de um sonho, que parecia tão distante.
Mas estou, e sempre estive disposta a encarar essa vida na estrada. Realização esta, que está sendo possível principalmente pela AFS Intercultura Brasil.

Últimas despedidas
Além de ter que conviver com a “síndrome do último”, as últimas despedidas também dividem o tempo que resta.
Não consegui refletir o suficiente, para encontrar palavras que transcrevam porque esse momento é tão, mas tão difícil. A sensação de perda, não te faz, nem faz bem para ninguém. É como se você quisesse ter tudo, ao mesmo tempo, sem precisar abrir mão de nada.

Últimos preparativos
Sem entrar em maiores detalhes do dito negócio de arrumar a bendita da mala. O coisa complicada/complexa/delicada, apenas um rápido comentário que comecei a arrumar a mala em fevereiro deste ano, e ainda não a conclui.
No “último” final de semana em casa, me perdi em meio a bagunça que se tornou tentar se ter uma noção maior do problema, chamado mala. Enfim...

Agradecimentos
Nos “últimos” dias, em todos os comentários, agradeço a todos “por tudo”. Mas é que casa um, tem uma parcela de contribuição nesta realização. Cada um sabe o tudo, do todo, que fizeram pela minha pessoa.
Então, aproveito para agradecer por tudo a todos que me ajudaram de alguma forma, a tornar esse sonho, uma incrível realidade.
Encontramos-nos por aqui, quando provavelmente, conseguir escrever o próximo post, eu já esteja em terras dominicanas.


Hasta luego!

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domingo, 4 de agosto de 2013

Férias – Parte II

Em Ametista do Sul-RS

Sem jogos do União, sem trabalho, sem correria. Tendo tempo suficiente para me informar sobre tudo, almoçando como uma pessoa normal e dormindo até tarde... Assim foram os meus últimos dias, quando pude desfrutar da minha segunda parte das férias (que foi dividida em duas quinzenas), a primeira parte contei aqui como foi, após 3 anos sem férias – entre um trabalho e emendando em outro trabalho.
Nesta pausa, que tanto temia (pois não sabia nem o que fazer), hoje vejo o quanto foi necessário desacelerar e voltar a me encontrar com meu “eu”, e pedir a ele como ele estava, e porque estava se descuidando tanto de si mesmo. Até meu incrível cabelo me deu um crédito de confiança, e fez as pazes comigo. Sem que eu precisasse brigar com ele, nem fazer qualquer química para ele que se acalmasse das rebeldias.
Sem trabalho e sem jogos do União, os dias ficam mais vazios. Inevitável. Até porque, vivi muito tempo somente em torno disto, e era somente o que me ocupava o tempo e a cabeça, até então.
Durante as férias, além de tirar foto de pôr-do-sol– coisa a qual tenho fixação –, a minha maior preocupação foi mesmo, os últimos preparativos embarcar para a República Dominica, a realização de um dos maiores sonhos da minha vida.
Fiquei a maior parte do tempo envolvida com as listas de pendências pré-viagem, e realizei um pequeno passeio.
Em um dos dias das férias, fui até Ametista do Sul – conhecida como a capital mundial da pedra ametista –, com o objetivo principal de comprar dezenas de lembrancinhas (foto) para a minha família hospedeira e meus futuros amigos. Aproveitei também para me despedir de parentes e amigos, porém, não deu tempo de dar um abraço de tchau em todos.
O que mais fiz durante a rápida passagem por Ametista, foi visitar dezenas e dezenas de lojinhas – pois é necessário pesquisar muito e pechinchar sem vergonha –, se não, eles te “enfiam a faca” sem dó nos preços. O melhor lugar para comprar, seria mesmo no Shopping das Pedras, que fica em um pouco afastado da pequena cidade, mas como sou uma pessoa indecisa por demais, preferi não me sacrificar tanto por ter tanta opção em minha frente. O que não foi nenhuma surpresa, foi que comprei mais do que eu havia planejado. (risos)
Após as compras, retornei a terras frederiquenses e me detive a organizar os meus planejamentos de tudo que falta comprar e providenciar para levar.

Expectativas e dúvidas
Faltando menos de 20 dias para o embarque, é quase que impossível controlar a ansiedade. É um turbilhão de coisas que passam pela sua cabeça. Tudo torna-se questão de dúvida, exceto, se é isso que quero para minha vida. Afinal, sempre foi meu sonho, e desistir do intercâmbio, seria como desistir de mim.
A única coisa que sei, é que desembarco na República Dominicana ainda no dia 23, após quase 10 horas de viagem – e uma escala em Bogotá, na Colômbia. Sei também, que três dias após a minha chegada, começam as aulas na escola Hi Hello (onde irei estudar), que fica a 5 km da minha casa. No mais, não sei de mais nada. Não sei se estudarei em dois turnos, nem que série irei cursar, muito menos o que se estuda lá, nem como será.
Preferi não saciar essas minhas dúvidas antes de embarcar, até para não criar muita expectativa. E essas indagações aos menos ocupam a cabeça.
Agora, até a última semana da viagem, me divido entre o trabalho e as últimas coisas que tenho que organizar, além das confraternizações e encontros para despedidas. Não conseguirei me despedir de todos, mas para esses, em julho de 2014, vale um encontro de retorno.

Paisagens entre Ametista do Sul e Frederico Westphalen

Hasta luego!

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