segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Uma vida vivida em um mês

Em Las Terrenas (Foto: Arquivo pessoal)

Quanto tempo demora um mês?
Alguns dia, algumas horas. Talvez um tempo infinito, que perdura a passar.
Viver uma vida em um mês não é das coisas mais fáceis. Ainda mais quando se vive tudo com muita intensidade.
Ter que reaprender a viver, a comer, a se portar, a viver em um mundo totalmente novo e desconhecido. A experiência é incrível, inegável. Mas quando paro e penso tudo que ficou para trás, tudo que ainda está por vir, e depois, como retomar a vida que ficou? E as pessoas que estão me esperando? Da aquele friozinho na barriga. E agora?
Agora, ainda faltam mais 10 meses. Se o início foi mais difícil que eu esperava, quiçá o primeiro fim de ano longe de casa, o primeiro aniversário sem ganhar um abraço sequer do pai, da mãe, da vó, do irmão, dos melhores e confidenciais amigos... Enfim. Sei que o pior e o melhor ainda está por vir.
Estar em uma família hospedeira incrível, que me levou para conhecer já boa parte da República Dominicana, que está sempre preocupada comigo, e querendo sempre de alguma forma tentar suprir um vazio que ficou, os momentos mais difíceis e complicados aqui.
A vontade de pegar o primeiro voo de volta para casa, e ligar avisando pai e mãe, me esperem que estou chegando, já passou um pouco. Simplesmente, um abraço bem apertado já seria suficiente, e depois eu já poderia voltar para vivenciar esse sonho (literalmente, sonho), novamente.
Mas a realidade é outra. A saudade sufoca, te dói, é chata, te faz perder algumas noites de sonos, derramar algumas lágrimas. Mas ao mesmo tempo, vivi coisas que jamais imaginei conhecer, vivenciar e desfrutar.



As vezes dá um certo desespero, é um derramamento de angústias. Mas tudo o que é sedimento uma hora sucumbe e afunda. Devagar. O inflexível não tem como ser fácil. E a saudade em mim agora, quanto tempo será que demora? Sentimentos assim não demoram. Perduram. Daqui a um mês, um ano...

Em Playa Caleton (Foto: Arquivo pessoal)


Caroline de Oliveira, bolsista da AFS Intercultura Brasil, na República Dominicana.


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