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Arquivo pessoal/Caroline de Oliveira |
O sonho de fazer
intercambio é fascinante. Antes de vir, tudo parece tão claro na sua cabeça, as
coisas são mais fáceis e a vida parece mais segura. Quando você põe o pé para
fora de casa, e embarca para esta aventura, se percebe de cara, o quanto que
essa brincadeira é de gente grande, como nada é tão fácil quanto parece, que a
saudade uma hora ou outra começa a te atormentar e que o choque inicial de
realidade é absolutamente grande.
Nesta sexta-feira,
31, completei exatamente 7 dias que cheguei a República Dominicana. Aqui é tudo
muito incrível. Vou contar um pouco de como foi e está sendo esses primeiros
dias.
Despedidas
Para mim,
despedidas sempre é o pior momento. É um aperto no coração muito grande, um sentimento
de perda, de vazio e de rompimento de algum plano ou projeto. Não sei explicar
bem, mas é algo que não me faz bem momentaneamente, apesar de saber que é algo
benéfico a minha pessoa a longo prazo.
Me despedir da
minha família, amigos e da minha vida no Brasil, foi complicado para eles e
para mim.
Viagem
Tive uma viagem
super tranquila. Sai de casa ainda no dia 21 de agosto, fui para Chapecó onde
lá dormi, depois ás 14hs do dia 22 embarquei para São Paulo, onde lá fui para
um hotel dormir e descansar um pouco, e dia 23, ás 6 da manhã já estava tudo
ok, para eu embarcar para a República Dominicana.
Como era meu sonho
viajar de avião, a viagem foi super legal. Comi muito durante o voo, e tirei
dezenas/centenas de fotos. Fiz algumas amizades, e me diverti bastante.
Tive um pânico ao
desembarcar no aeroporto de Bogotá, na Colômbia, porque é pior que os piores
aeroportos brasileiros, mas enfim, isso fez parte da viagem.
Chegada
Após dois dias de
viagem, eis que ás 19hs (horário de Brasília), do dia 23 de agosto, Carola
desembarcava no Aeroporto Internacional de Santo Domingo. Foi então, quando
surgiu alguns probleminhas básicos na imigração.
Depois de 1hs,
consegui a liberação para entrar no país. E então, mais um percalço. Pela
demora para conseguir liberação na polícia, minha mala não estava mais na
esteira, mas sim, perdida em algum lugar do aeroporto. Mais nervosa que o
normal, com o desespero me atordoando, me vi sozinha e sem sinal no celular
para ligar para os telefones de emergência.
Quando fico muito
nervosa, começo a rir sem parar. Talvez por isso, os guardas do aeroporto não
acreditavam no meu desespero. Mais depois de alguns minutos, um dos guardas
resolveu me ajudar e foi um anjo, que saio a procura da minha mala até a
encontrar.
Quando encontrei a
mala, ela estava aberta, e haviam revirado tudo. Mas o alivio de ter a
encontrado, foi maior do que o medo de algo não estar mais na mala.
Encontro com a host family
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Com minha host family e amigos (Arquivo pessoal/Caroline de Oliveira) |
Depois de algumas
horas no aeroporto, com o pessoal da AFS da República Dominicana, eis que
próximo das 22hs (horário de Brasília), fomos de bus até o encontro das
famílias hospedeiras. Digo fomos, porque estávamos eu e mais 105 intercambistas
que chegaram ao mesmo tempo que eu no paraíso dominicano.
Minha host family
foi muito carinhosa e atenciosa comigo. Estavam me esperando minha mãe, minha
irmã e mais duas primas. Com a minha cara de super cansada, mal conseguia
esboçar o quanto estava feliz.
Saímos da sede da
AFS, e fomos direto jantar em uma pizzaria. Somente depois, que fui conhecer a
minha nova casa.
Passeios
Nestes primeiros
dias, tive a oportunidade de conhecer um novo mundo. Foram apenas 7 dias, mas
conheci alguns restaurantes, praias, resorts, shopping, cinema, McDonald´s,
hotéis, e mais alguns lugares. Algumas das fotos já estão disponíveis AQUI.
Escola
Na última
terça-feira, dia 27, fui a escola pela primeira vez.
Poder conhecer
várias pessoas diferentes, mais uma vez sentir como o povo dominicano és simpático,
querido e atencioso. As pessoas confiam por demais umas nas outras, mesmo a
conhecendo a pouco tempo.
Na escola tem
muitas regras. Como, usar uniforme , e todos os dia que apesar do calor, é calça
azul escuro (quase preta), mais camisa polo branca, mais sapatilha preta COM meia.
Sempre tem muitas tarefas escolares para fazer em casa, antes de entrar para a
aula tem que cantar o hino do país, hastear a bandeira e fazer fila, dentre
outras coisas que temos que seguir à risca tudo. As aulas duram quase 5h30min,
apenas com um intervalo de 20min. É bastante puxado e cansativo.
Tenho a
oportunidade de aprender de uma vez só espanhol, inglês e francês. É super
legal, apesar de difícil.
Estou cursando
aqui, o quarto ano do ensino médio. És o ano da formatura. Então, mais uma vez
se dedica várias horas durante a aula para conversarmos sobre a camisa de
formatura, promoções, gincanas e etc... que serão realizadas nos próximos
meses.
Poder escutar
histórias como da moça que dirigi o bus que me levará e me buscará na escola.
Contando brevemente, ela trabalha no maluco transito de Santo Domingo, além de
trabalhar em concursos de beleza e ter um salão de cabeleireira, tudo isso, para
poder pagar a caríssima mensalidade da faculdade de seu filho, que está prestes
a se formar em medicina, e realizar o sonho de ser cirurgião plástico.
Conhecer pessoas
batalhadoras, como minha mãe hospedeira, como a moça do bus, amigos da nova
escola, e a solidariedade do povo dominicano, fazem só crescer ainda mais a
admiração por todos que estou tendo a oportunidade de conhecer.
Principais dificuldades
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Visão da janela do meu quarto em Santo Domingo (Arquivo pessoal/Caroline de Oliveira) |
Por aqui, tudo é
muito incrível. Como tive a oportunidade de ficar na capital do país, Santo
Domingo, que tem mais de 2 milhões de habitantes, estou no lugar onde tudo
acontece. Por estar em fase de adaptação, pequenas coisas se tornam grandes
dificuldades a serem superadas.
O calor do Brasil,
não é em nada, comparado ao calor daqui. Sem ar condicionado e sem ventilador,
24hs por dia, não se pode ser feliz.
A comida aqui é
totalmente diferente. Tomar banho também é mais complicado, pois aqui não se
tem piso no box do banheiro, mas sim uma banheira. Não se lava os cabelos em
casa, mas sim, todos vão ao salão.
Por aqui, o
transito é um caos. Mas vou falar mais deste problema, sem solução, em post
dedicado somente a isso.
Já estou
conseguindo entender bastante o que as pessoas dizem. O povo dominicano tem o
costume de falar super rápido e alto, muito alto. Minha maior dificuldade é
quanto ao falar, como não me sinto muito segura, e as vezes acabo falando
pouco, apreendo menos ainda.
Aqui se escuta
muita música, eu como adoro, me divirto. Para se ter uma ideia, tem música até
nos banheiros dos restaurantes. (risos). O problema, é que é muito, mas muito,
mas muito alto o volume.
Apesar de tudo
isso, estou com muitas saudades da minha família, amigos e da minha vida no
Brasil. Pensei que não seria tanta assim e nem tão cedo, mas faz parte. Talvez
ter que conviver todo o tempo com o meu eu, seja o maior problema.
Em primeiro
momento, era isto. Assim que tiver mais um tempinho, escrevo contando mais
sobre minha vida aqui.
Caroline de Oliveira, bolsista da AFS
Intercultura Brasil, na República Dominicana.