domingo, 12 de janeiro de 2014

Hoje, ela vive

Alguns a chamam de corajosa. Para outros, ela é aventureira. Outros, dizem que tudo isso, não passa de uma loucura.
Alguns chamam de perca de tempo, de ano, de faculdade. Ela, ao contrário, não perde o seu tempo para entrar em conflito e explicar o porquê está aqui. Mal sabem eles, que quem está perdendo tempo na monotonia da vida, são eles.
Ela sonha, ela acredita, ela muitas vezes age sem pensar nos prós, porque afinal, tem muito mais a ganhar do que a perder.
Longe de seus pais pela primeira vez na sua vida, muitas vezes se vê perdida. Afinal, está conhecendo a vida. Reaprendendo a caminhar sozinha, a comer, a escrever, a ter gostos próprios. Está aprendendo a sair, a se divertir, a viver. Ela está crescendo.
Ela saiu de casa cedo, e foi-se tentar encontrar-se. Pelo caminho encontrou muita coisa, e por pouco, se perdeu de si mesma.
Chorou, sorriu, correu, viveu, e ainda, de vez em quando ela chora. Espera muita coisa, porque afinal, a vida lhe deu oportunidades além do que pudesse ter sonhado um dia viver.
Aos poucos, vai perdendo o medo do desconhecido. E hoje, tem sonhos ainda maiores. Afinal, porque não sonhar mais além se já chegou tão longe.
Hoje vivo, sonho, e valorizo ainda mais tudo que tinha e tenho.



Caroline de Oliveira, bolsista da AFS Intercultura Brasil, na República Dominicana.
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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Recado de fim-de-ano a família e aos amigos

Mesmo daqui de longe, desejo a todos, um Feliz Natal e um prospero Ano-Novo! #saudade #intercambio #DominicanRepublic



Caroline de Oliveira, bolsista da AFS Intercultura Brasil, na República Dominicana.
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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O bendito projeto (polêmico) do governo dominicano



Tudo contribuiu para uma sexta-feira rara, nublada, de quase nada de sol, e um clima pesado e cansativo, se tornar ainda pior.
Quem me conhece, sabe que sou uma pessoa que quando não concordo com algo que posso e tenho direito de contestar, eu vou até que alguém me prove que estou equivocada. Caso contrário, continuo batendo cabeça, a indagar e questionar.
Quando você faz intercambio, muitas coisas tu não tem como escolher se queres ou não. Você é submetido a “goela abaixo” muitas vezes, querendo ou não, mesmo podendo contestar. Enfim... Esse outro lado do intercambio, deve ser o provável tema da coluna mensal do “Diário de Intercambio”, do próximo sábado, dia 19, do jornal O Alto Uruguai de Frederico Westphalen (Brasil).

Materiais que veem junto com o bebe
Pois bem, voltando ao assunto inicial, um dos últimos acontecimentos que se sucederam aqui, na República Dominicana, onde estou há quase dois meses, foi que fui obrigada a participar de um bendito projeto do governo dominicano denominado “Bebê, pénsalo bien”.
O projeto consiste em você ter que cuidar de um bebê (robô), que faz tudo que um bebê faz. Com direito a noites em claro e tudo mais, durante sexta-feira até domingo à noite. O bendito bebê está programado por um computador, e tudo que se passa com a criatura, se você por acaso deixa-lo cair ou algo assim, é registrado. Inclusive, se chorar mais de 200 minutos, ele morre.

O custo do projeto
O governo dominicano paga por cada boneca robô RD$80.000 pesos (o equivalente a $2.000 dólares ou mais de R$ 4.000 reais). Quando você é submetido a cuidar deste bebê, você tem que pagar mais de RD$ 1.000 pesos.

O ponto polêmico da questão
O ponto chave és que em um país, como a República Dominicana, onde o índice de pobreza é de 42,2%. Leram bem, CUARENTA E DOIS por cento de pobreza, e na maioria dos casos, condições extremas de pobreza, onde milhares de pessoas não tem o que comer, nem onde morar, nem uma vida para chamar de sua.
Então, o governo inventa um tal projeto, gasta MILHÕES e MILHÕES, e diz que o objetivo principal é que as adolescentes cuidando de um bebê robô, tendo isso como uma experiência de vida, és uma forma de prevenir a gravidez na adolescência.

Dispositivo instalado no braço de quem vai cuidar o bebe
Vejamos bem, você ter a certeza que cuidar de um bebê por dois dias, vai te fazer com que evite uma gravidez? Será mesmo que esses milhões são validos para algo? Ainda mais em um país que esse índice de adolescentes com filhos cresce absurdamente? Uma boa educação familiar, não é mais importante do que qualquer um desses projetos, mais do que ter essa disciplina (de orientação sexual) na escola?
E mais, o público alvo desse projeto em tese, deveria ser a classe baixa, mas que não pode usufruir devido o alto custo para participa-lo.
Outro ponto a contestar
Ao invés de criar um projeto de bebê robôs (e gastar milhões), porque não crianças de verdade, que não tem onde morar, que pudessem por alguns dias ter uma condição digna de viver e receber todos esses cuidados.
Outra opção também, seria dar condições básicas de sobrevivência para essas pessoas que estão morrendo na pobreza, criando vagas de emprego para toda essa gente, fazendo com que fizessem algo de útil para a sua vida, e sendo exemplos para seus filhos. Mais uma fábrica, mais uma indústria, mais dinheiro, mais renda para o país faz com que vidas mudem não por apenas dois dias (duração do projeto), mas sim com importância para uma vida inteira.

Bebe-robô do projeto

Sem dúvida, um projeto a contestar, ainda mais quando você não concorda em fazê-lo.


Caroline de Oliveira, bolsista da AFS Intercultura Brasil, na República Dominicana.


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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Relatos da 5ª semana na RD

Atividades da promoção da escola 

Esta foi uma semana no mínimo, divertida. Apesar dos pesares.
Quando que tu imaginaria que um intercâmbio pudesse te propiciar tantas coisas, como por exemplo, a experiência de trabalhar por um dia em um Taco Bell (um restaurante que vende comida mexicana), na República Dominicana.
Eu e minha hermana preparando a festa
Como imaginar também a ideia de ter que ir para a rua, nas lojas e empresas pedindo dinheiro, uma contribuição singela, para a turma da escola, com uma caixa de sapato como “cofre” e com a cara, coragem e um sorriso no rosto. Encontrar pessoas falando contigo em inglês, sem você entender nada, e se comunicar mais com mimica do que com palavras. No fim, receber de dinheiro RD$100,00 ou um pouco menos. O que é uma boa contribuição de pessoas que nem te conhecem.
Tudo isto, para ajudar a turma de aula a arrecadar dinheiro para a viagem de formatura que será realizada no mês de junho de 2014. Para quem me conhece, não deve estar me reconhecendo. (risos)
Também ter que realizar junto com o seu grupo de aula, uma vídeo reportagem, mesmo ainda tu estando no início da aprendizagem de espanhol. Se vira nos trinta, não é mesmo. Mas escutar mais uma incrível história de vida, e contar um pouco do caos no transito dominicano.

Preparar junto com sua host-sister uma festa com direito a cupcake, brigadeiro, balões e cartazes de boas-vindas para sua mãe hospedeira que estava há quase um mês entre uma viagem e outra.

Retorno da mãe hospedeira em casa , após viajar por Guatemala, Espanha, Madri e Paris

Essas e tantas outras coisas, se vive em menos de uma semana. Além claro, de conviver com uma gripe que estas tentando te derrubar, acabando aos poucos com a sua voz, e deixando sua garganta aos trapos. Mas o que isso importa, se na verdade você está tendo uma experiência de vida única, e que jamais pensou que pudesse vivenciar.
Sem contar as idas a cinemas, restaurantes e shoppings. Que já virou algo comum por aqui.
Por essas e outras, que mesmo que a saudade da família, dos amigos, do trabalho, da vida brasileira esteja maior a cada dia, a felicidade de estar aqui e estar tendo essa oportunidade de vida, só me faz agradecer a cada dia muito a todos que me ajudaram estar aqui, e principalmente a AFS Intercultura Brasil, a toda a equipe e voluntários. #42diasnoparaísodominicano

Mais fotos da semana em: http://instagram.com/oliveiradecarol

Em Las Terrenas, República Dominicana


Caroline de Oliveira, bolsista da AFS Intercultura Brasil, na República Dominicana.

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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Uma vida vivida em um mês

Em Las Terrenas (Foto: Arquivo pessoal)

Quanto tempo demora um mês?
Alguns dia, algumas horas. Talvez um tempo infinito, que perdura a passar.
Viver uma vida em um mês não é das coisas mais fáceis. Ainda mais quando se vive tudo com muita intensidade.
Ter que reaprender a viver, a comer, a se portar, a viver em um mundo totalmente novo e desconhecido. A experiência é incrível, inegável. Mas quando paro e penso tudo que ficou para trás, tudo que ainda está por vir, e depois, como retomar a vida que ficou? E as pessoas que estão me esperando? Da aquele friozinho na barriga. E agora?
Agora, ainda faltam mais 10 meses. Se o início foi mais difícil que eu esperava, quiçá o primeiro fim de ano longe de casa, o primeiro aniversário sem ganhar um abraço sequer do pai, da mãe, da vó, do irmão, dos melhores e confidenciais amigos... Enfim. Sei que o pior e o melhor ainda está por vir.
Estar em uma família hospedeira incrível, que me levou para conhecer já boa parte da República Dominicana, que está sempre preocupada comigo, e querendo sempre de alguma forma tentar suprir um vazio que ficou, os momentos mais difíceis e complicados aqui.
A vontade de pegar o primeiro voo de volta para casa, e ligar avisando pai e mãe, me esperem que estou chegando, já passou um pouco. Simplesmente, um abraço bem apertado já seria suficiente, e depois eu já poderia voltar para vivenciar esse sonho (literalmente, sonho), novamente.
Mas a realidade é outra. A saudade sufoca, te dói, é chata, te faz perder algumas noites de sonos, derramar algumas lágrimas. Mas ao mesmo tempo, vivi coisas que jamais imaginei conhecer, vivenciar e desfrutar.



As vezes dá um certo desespero, é um derramamento de angústias. Mas tudo o que é sedimento uma hora sucumbe e afunda. Devagar. O inflexível não tem como ser fácil. E a saudade em mim agora, quanto tempo será que demora? Sentimentos assim não demoram. Perduram. Daqui a um mês, um ano...

Em Playa Caleton (Foto: Arquivo pessoal)


Caroline de Oliveira, bolsista da AFS Intercultura Brasil, na República Dominicana.


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sábado, 31 de agosto de 2013

Primeiros dias no paraíso dominicano!

Arquivo pessoal/Caroline de Oliveira

                     
O sonho de fazer intercambio é fascinante. Antes de vir, tudo parece tão claro na sua cabeça, as coisas são mais fáceis e a vida parece mais segura. Quando você põe o pé para fora de casa, e embarca para esta aventura, se percebe de cara, o quanto que essa brincadeira é de gente grande, como nada é tão fácil quanto parece, que a saudade uma hora ou outra começa a te atormentar e que o choque inicial de realidade é absolutamente grande.
Nesta sexta-feira, 31, completei exatamente 7 dias que cheguei a República Dominicana. Aqui é tudo muito incrível. Vou contar um pouco de como foi e está sendo esses primeiros dias.

Despedidas
Para mim, despedidas sempre é o pior momento. É um aperto no coração muito grande, um sentimento de perda, de vazio e de rompimento de algum plano ou projeto. Não sei explicar bem, mas é algo que não me faz bem momentaneamente, apesar de saber que é algo benéfico a minha pessoa a longo prazo.
Me despedir da minha família, amigos e da minha vida no Brasil, foi complicado para eles e para mim.

Viagem

Tive uma viagem super tranquila. Sai de casa ainda no dia 21 de agosto, fui para Chapecó onde lá dormi, depois ás 14hs do dia 22 embarquei para São Paulo, onde lá fui para um hotel dormir e descansar um pouco, e dia 23, ás 6 da manhã já estava tudo ok, para eu embarcar para a República Dominicana.
Como era meu sonho viajar de avião, a viagem foi super legal. Comi muito durante o voo, e tirei dezenas/centenas de fotos. Fiz algumas amizades, e me diverti bastante.
Tive um pânico ao desembarcar no aeroporto de Bogotá, na Colômbia, porque é pior que os piores aeroportos brasileiros, mas enfim, isso fez parte da viagem.

Chegada
Após dois dias de viagem, eis que ás 19hs (horário de Brasília), do dia 23 de agosto, Carola desembarcava no Aeroporto Internacional de Santo Domingo. Foi então, quando surgiu alguns probleminhas básicos na imigração.
Depois de 1hs, consegui a liberação para entrar no país. E então, mais um percalço. Pela demora para conseguir liberação na polícia, minha mala não estava mais na esteira, mas sim, perdida em algum lugar do aeroporto. Mais nervosa que o normal, com o desespero me atordoando, me vi sozinha e sem sinal no celular para ligar para os telefones de emergência.
Quando fico muito nervosa, começo a rir sem parar. Talvez por isso, os guardas do aeroporto não acreditavam no meu desespero. Mais depois de alguns minutos, um dos guardas resolveu me ajudar e foi um anjo, que saio a procura da minha mala até a encontrar.
Quando encontrei a mala, ela estava aberta, e haviam revirado tudo. Mas o alivio de ter a encontrado, foi maior do que o medo de algo não estar mais na mala.

Encontro com a host family

Com minha host family e amigos (Arquivo pessoal/Caroline de Oliveira)

Depois de algumas horas no aeroporto, com o pessoal da AFS da República Dominicana, eis que próximo das 22hs (horário de Brasília), fomos de bus até o encontro das famílias hospedeiras. Digo fomos, porque estávamos eu e mais 105 intercambistas que chegaram ao mesmo tempo que eu no paraíso dominicano.
Minha host family foi muito carinhosa e atenciosa comigo. Estavam me esperando minha mãe, minha irmã e mais duas primas. Com a minha cara de super cansada, mal conseguia esboçar o quanto estava feliz.
Saímos da sede da AFS, e fomos direto jantar em uma pizzaria. Somente depois, que fui conhecer a minha nova casa.

Passeios
Nestes primeiros dias, tive a oportunidade de conhecer um novo mundo. Foram apenas 7 dias, mas conheci alguns restaurantes, praias, resorts, shopping, cinema, McDonald´s, hotéis, e mais alguns lugares. Algumas das fotos já estão disponíveis AQUI.

Escola
Na última terça-feira, dia 27, fui a escola pela primeira vez.
Poder conhecer várias pessoas diferentes, mais uma vez sentir como o povo dominicano és simpático, querido e atencioso. As pessoas confiam por demais umas nas outras, mesmo a conhecendo a pouco tempo.
Na escola tem muitas regras. Como, usar uniforme , e todos os dia que apesar do calor, é calça azul escuro (quase preta), mais camisa polo branca, mais sapatilha preta COM meia. Sempre tem muitas tarefas escolares para fazer em casa, antes de entrar para a aula tem que cantar o hino do país, hastear a bandeira e fazer fila, dentre outras coisas que temos que seguir à risca tudo. As aulas duram quase 5h30min, apenas com um intervalo de 20min. É bastante puxado e cansativo.
Tenho a oportunidade de aprender de uma vez só espanhol, inglês e francês. É super legal, apesar de difícil.
Estou cursando aqui, o quarto ano do ensino médio. És o ano da formatura. Então, mais uma vez se dedica várias horas durante a aula para conversarmos sobre a camisa de formatura, promoções, gincanas e etc... que serão realizadas nos próximos meses.
Poder escutar histórias como da moça que dirigi o bus que me levará e me buscará na escola. Contando brevemente, ela trabalha no maluco transito de Santo Domingo, além de trabalhar em concursos de beleza e ter um salão de cabeleireira, tudo isso, para poder pagar a caríssima mensalidade da faculdade de seu filho, que está prestes a se formar em medicina, e realizar o sonho de ser cirurgião plástico.
Conhecer pessoas batalhadoras, como minha mãe hospedeira, como a moça do bus, amigos da nova escola, e a solidariedade do povo dominicano, fazem só crescer ainda mais a admiração por todos que estou tendo a oportunidade de conhecer.

Principais dificuldades

Visão da janela do meu quarto em Santo Domingo
(Arquivo pessoal/Caroline de Oliveira)

Por aqui, tudo é muito incrível. Como tive a oportunidade de ficar na capital do país, Santo Domingo, que tem mais de 2 milhões de habitantes, estou no lugar onde tudo acontece. Por estar em fase de adaptação, pequenas coisas se tornam grandes dificuldades a serem superadas.
O calor do Brasil, não é em nada, comparado ao calor daqui. Sem ar condicionado e sem ventilador, 24hs por dia, não se pode ser feliz.
A comida aqui é totalmente diferente. Tomar banho também é mais complicado, pois aqui não se tem piso no box do banheiro, mas sim uma banheira. Não se lava os cabelos em casa, mas sim, todos vão ao salão.
Por aqui, o transito é um caos. Mas vou falar mais deste problema, sem solução, em post dedicado somente a isso.
Já estou conseguindo entender bastante o que as pessoas dizem. O povo dominicano tem o costume de falar super rápido e alto, muito alto. Minha maior dificuldade é quanto ao falar, como não me sinto muito segura, e as vezes acabo falando pouco, apreendo menos ainda.
Aqui se escuta muita música, eu como adoro, me divirto. Para se ter uma ideia, tem música até nos banheiros dos restaurantes. (risos). O problema, é que é muito, mas muito, mas muito alto o volume.
Apesar de tudo isso, estou com muitas saudades da minha família, amigos e da minha vida no Brasil. Pensei que não seria tanta assim e nem tão cedo, mas faz parte. Talvez ter que conviver todo o tempo com o meu eu, seja o maior problema.

Em primeiro momento, era isto. Assim que tiver mais um tempinho, escrevo contando mais sobre minha vida aqui.


Caroline de Oliveira, bolsista da AFS Intercultura Brasil, na República Dominicana.

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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Síndrome do último

República Dominicana, lá vou eu!

Aparentemente superada a síndrome do talvez, eis que, sem querer, me percebo dominada pela “síndrome do último”.
Nada que até o “último” mês, você não consiga administrar o emocional. Mas nesses “últimos” dias, tudo que tu faz, tem aquele gostinho ruim de ser tudo o "último".
Último mês, última semana, último sábado, último domingo em família, último abraço, último olhar, último tchau. Tudo gira em torno do tal “último”.
Em simples e pequenas coisas, quando se dá por conta, o olhar e o pensamento já se perderam. Somente o seu corpo está presente no momento, pois sua cabeça está tentando gravar cada “último” momento, como uma forma de processar depois, lembrando do “último” gostinho da comida da mãe, do “último” dia de passeio com a vó, e etc...
Esse sentimento amargo de perda, esse misto de insegurança, aperto no coração e realização, fazem dos seus ”últimos” dias, os mais marcantes do pré-embarque.
Nesta terça-feira, 21, é meu último dia em casa. Depois pego a estrada rumo a Chapecó, onde embarco na quinta-feira, 22, a tarde com destino a São Paulo, Guarulhos. Lá, irei permanecer por toda a noite, para aguardar o vôo de sexta-feira de manhã. Mais nove horas de viagem, e estarei na República Dominicana.
Cada “último” faz o coração apertar ainda mais. É difícil abandonar tudo, na melhor fase da sua vida. Tudo aquilo que te movia até então, para ir em busca de um sonho, que parecia tão distante.
Mas estou, e sempre estive disposta a encarar essa vida na estrada. Realização esta, que está sendo possível principalmente pela AFS Intercultura Brasil.

Últimas despedidas
Além de ter que conviver com a “síndrome do último”, as últimas despedidas também dividem o tempo que resta.
Não consegui refletir o suficiente, para encontrar palavras que transcrevam porque esse momento é tão, mas tão difícil. A sensação de perda, não te faz, nem faz bem para ninguém. É como se você quisesse ter tudo, ao mesmo tempo, sem precisar abrir mão de nada.

Últimos preparativos
Sem entrar em maiores detalhes do dito negócio de arrumar a bendita da mala. O coisa complicada/complexa/delicada, apenas um rápido comentário que comecei a arrumar a mala em fevereiro deste ano, e ainda não a conclui.
No “último” final de semana em casa, me perdi em meio a bagunça que se tornou tentar se ter uma noção maior do problema, chamado mala. Enfim...

Agradecimentos
Nos “últimos” dias, em todos os comentários, agradeço a todos “por tudo”. Mas é que casa um, tem uma parcela de contribuição nesta realização. Cada um sabe o tudo, do todo, que fizeram pela minha pessoa.
Então, aproveito para agradecer por tudo a todos que me ajudaram de alguma forma, a tornar esse sonho, uma incrível realidade.
Encontramos-nos por aqui, quando provavelmente, conseguir escrever o próximo post, eu já esteja em terras dominicanas.


Hasta luego!

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